domingo, 16 de novembro de 2014

Preste atenção aos sinais invisíveis

Preste atenção aos sinais invisíveis

NATÁLIA LEITE: "O corpo se comunica com a gente o tempo todo. Nós é que não prestamos atenção. Como tudo na vida, é preciso treino para captar o que ele diz. Mas está aí um exercício que vale o esforço".    Por Natália Leite
Preste atenção aos sinais invisíveis que o corpo manda

Por NATÁLIA LEITE

          Sabe aquela sensação horrível de revirar a bolsa e não encontrar a carteira? O medo de ter perdido documentos, cartões, dinheiro... Dá um frio na barriga, um aperto no coração e um gosto metálico na boca. Foi assim que Samantha descreveu o que sentiu quando reencontrou um camarada que passou pela vida dela e fez um estrago danado. Veio uma sensação de ameaça, de perigo, como se o corpo estivesse dizendo "corre, se salva menina!". Ela me contou essa história e fiquei pensando no assunto. Acho que é exatamente isso que acontece: o corpo se comunica com a gente o tempo todo. Nós é que não prestamos atenção.
          A dor de cabeça aparece toda vez que você sai com uma determinada pessoa. O que você faz? Toma remédio. Acha que está trabalhando demais, vê mil explicações, mas nem considera que, talvez, seja o que há de mais íntimo e puro em você gritando, "socorro, não se exponha a isso, não ouça essas colocações, não se contamine!".

          Depois do relato da Samantha, passei a observar essas reações físicas com atenção. Toda vez que encontro alguém, que preciso tomar uma decisão, fico ligadona nas mensagens do corpo. Percebi que não tem erro. Pintou o frio na barriga, a sensação de fechamento, é melhor encontrar a saída diplomática e me mandar. Se insistir em ficar na festa ou em fazer o negócio, apesar dos sinais, é problema garantido.
          Da mesma forma, se o encontro traz uma sensação de abertura, conforto, de doçura, pode ir em frente. Não é a impressão racional que se tem do outro, essa pode enganar. O raciocínio erra. Se não errasse seria tão mais fácil... O que vale sempre é a sensação orgânica, biológica despertada interiormente a cada contato. É como na natureza que não erra.  Se a terra é ruim, a semente fica ali, fechadinha para não se desperdiçar. Se o ambiente é bom, ela se abre e dá frutos.  Como tudo na vida, é preciso treino. Mas está aí um exercício que vale o esforço.
          *Natália Leite é jornalista, mestre em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília, curiosa e otimista incurável. Escreve quinzenalmente sobre os erros, acertos e dúvidas que nos fazem mulheres.

          Disponível em:  http://www.tempodemulher.com.br/variedades/noticias/preste-atencao-aos-sinais-invisiveis

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